segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Peixes


Classe dos ciclostomados

Os seres desta classe, também chamados de ágnatos, são os vertebrados mais primitivos. Podem viver tanto no mar quanto em água doce e são encontrados no hemisfério norte. Ao contrário dos demais peixes, não apresentam mandíbula.
As lampreias são ectoparasitas de peixes, utilizando para isso sua boca circular cheia de dentículos e dotada de uma ventosa para fixação. Prendem-se à pele dos hospedeiros, sugando sangue e outros tecidos.
Os peixes-bruxas ou feiticeiras são endoparasitas, penetrando no interior dos peixes pelas brânquias e destruindo os músculos do hospedeiro.




A caixa craniana e as vértebras dos ágnatos são cartilaginosas. As lampreias são dióicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto. Já as feiticeiras são monóicas, com fecundação externa e desenvolvimento direto.

Classe dos condrictes

Os condrictes são animais aquáticos desprovidos de patas e dotados de nadadeira rígida para locomoção. Eles podem ser divididos em seláquios (tubarões e raia) e holocéfalos (quimeras).
Possuem brânquias, mandíbulas, e esqueleto cartilagem calcificado, no qual aparecem vestígios da notocorda. Não têm, entretanto, bexiga natatória.
(A) Morfologia externa do tubarão. (B) Morfologia interna do cação, um peixe também cartilaginoso.
 





Diferentemente das nadadeiras dos ágnatos, as dos condrictes são desenvolvidas, havendo também as peitorais e pélvicas, dando maior estabilidade e capacidade de subir e descer na água e aumentando a velocidade do nado do peixe. A propulsão da natação é dada pelos movimentos da cauda, que apresenta uma nadadeira mais desenvolvida.
Possuem linha lateral, que tem função de captar vibrações da corrente d´água, sendo  no entanto menos desenvolvida do que nos ósseos.
No bacalhau, um peixe ósseo, a linha lateral pode ser vista com facilidade
As escamas dos condrictes são placoides, tendo uma parte externa, o esmalte, de origem epidérmica, e uma interna, a dentina, de origem dérmica.
A boca dos condrictes é ventral, e eles são carnívoros e temidos pelo homem e outros animais.
 
Possuem espiráculos, que funcionam como uma entrada auxiliar de água para a respiração. Normalmente a água entra pela boca e sai pelas fendas branquiais, mas, quando o tubarão para de nadar ou quando a raia está no fundo, os espiráculos são fundamentais, pois permitem a entrada de água. O espiráculo está ausente nos peixes ósseos.
Embora os condrictes não possuam bexiga natatória, para facilitar a flutuação e natação têm esqueleto cartilaginoso, que é leve, além de alta concentração, no fígado, de óleo. Este, por ser menos denso que a água, diminui a densidade do animal.
Apresentam cloaca, uma abertura comum ao aparelho digestivo, excretor e reprodutor. Por ela saem as fezes e a urina, e ocorre a fecundação, além da ovopostura.
A fecundação dos condrictes pode ser interna ou externa. No primeiro caso, o macho apresenta, junto à nadadeira pélvica, o clásper, que é introduzido na cloaca da fêmea, permitindo a transferência dos espermatozoides.
Podem ser ovíparos, vivíparos ou ovovivíparos. O desenvolvimento dos ovíparos é direto, não havendo fase larval.
As quimeras são peixes cartilaginosos atípicos: apresentam opérculos para proteger as brânquias (como ocorre nos peixes ósseos), mas não possuem espiráculos nem cloaca. Além disso, o adulto não possui escamas.

Os peixes cartilaginosos eliminam principalmente uréia; os ósseos, amônia. Parte da uréia é acumulada no sangue, contribuindo para a osmorregulação. As narinas não têm comunicação com a cavidade bucal, apresentando apenas função olfativa. São capazes de detectar uma gota de sangue em cerca de 100 litros de água.
A seguir, exemplos de peixes cartilaginosos:
 



Classe dos osteíctes


Respiração branquial nos osteíctes.

O esqueleto dos osteíctes é predominantemente ósseo, e suas brânquias são protegidas pelo opérculo, que aumenta a eficácia das brânquias. O corpo é coberto por escamas dérmicas, que são recobertas por uma fina epiderme. Possuem bexiga natatória, além de alta concentração de óleo no fígado, ambas facilitando a flutuação.





Diferentemente dos condrictes, não têm cloaca, e sim ânus separado da abertura urogenital. A fecundação pode ser interna ou externa, embora a maioria seja externa. Podem ser ovíparos ou ovovivíparos, e seu desenvolvimento pode ser direto ou indireto. Neste último caso, a larva é chamada alevino.
Alevino.
O cavalo-marinho e o poraquê são peixes peculiares. O poraquê ou peixe-elétrico é capaz de produzir descargas elétricas de 500 volts. Nos cavalos-marinhos, é o pai dá a luz aos filhotes.
Cavalo-marinho.


Poraquê (peixe-elétrico).

 Peixes como sardinha, truta, bacalhau, atum, enchova, salmão, namorado, vermelho, tainha, manjuba, linguado, robalo, bagre, pintado, dourado e carpa são comestíveis. A piranha e moréia são predadores destes peixes.




Ao contrário dos condrictes, que possuem nadadeiras rígidas, nos ósseos elas são flexíveis, possibilitando manobras mais rápidas.
A velocidade e o impulso vêm principalmente dos movimentos laterais da cauda e nadadeira caudal. As nadadeiras dorsal e anal dão estabilidade, e as peitorais e pélvicas auxiliam no equilíbrio.
A boca, ao contrário dos condrictes, não é ventral, e sim anterior.
Em alguns peixes, tais como salmão, arenque e enguia, a bexiga natatória está ligada ao tubo digestório, permitindo ao gás escapar e encher a bexiga tomando o ar da superfície. Já em outros peixes, a bexiga natatória troca os gases com o sangue.
A bexiga natatória surgiu como pulmão primitivo em peixes de águas estagnadas ou que secavam periodicamente. Ainda há peixes pertencentes ao grupo dos pulmonados, como por exemplo a piramboia.



Os peixes ósseos podem ser divididos em actinopterígeos e sarcopterígeos. A maioria dos peixes pertence ao primeiro grupo, tendo nadadeiras raiadas e um feixe de ossos finos. Já os sarcopterígeos têm nadadeiras carnosas, suporte ósseo no centro da nadadeira e pulmão primitivo.
Celacanto.

Esquema representativo do esqueleto do celacanto, com destaque para as nadadeiras.

Esquema representativo do esqueleto de um peixe ósseo vivente, com ênfase para a posição das nadadeiras. Todas elas têm apoio em elementos do esqueleto.

Representação de peixe ósseo.

Anatomia interna de uma fêmea de actinopterígio.




Fontes


LINHARES, Sérgio e GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. São Paulo: Ática, 2010.

PAULINO, Wilson R. Biologia Atual, Vol. 2: Seres Vivos, Fisiologia. São Paulo: Ática, 1997.

CRUZ, Daniel. Os Seres Vivos. São Paulo: Ática, 1998.

SANTOS, Fernando S. dos, AGUILAR, João B. V. e OLIVEIRA, Maria M. A. de (org). Biologia: ensino médio, 2º ano. São Paulo: Edições SM, 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.