Classe
dos ciclostomados
Os seres desta classe, também chamados de ágnatos, são os vertebrados
mais primitivos. Podem viver tanto no mar quanto em água doce e são encontrados
no hemisfério norte. Ao contrário dos demais peixes, não apresentam mandíbula.
As lampreias são ectoparasitas de peixes, utilizando para isso sua boca
circular cheia de dentículos e dotada de uma ventosa para fixação. Prendem-se à
pele dos hospedeiros, sugando sangue e outros tecidos.
Os peixes-bruxas ou
feiticeiras são endoparasitas, penetrando no interior dos peixes pelas
brânquias e destruindo os músculos do hospedeiro.
A caixa craniana e as vértebras dos ágnatos
são cartilaginosas. As lampreias são dióicas, com fecundação externa e desenvolvimento
indireto. Já as feiticeiras são monóicas, com fecundação externa e
desenvolvimento direto.
Classe
dos condrictes
Os condrictes são
animais aquáticos desprovidos de patas e dotados de nadadeira rígida para
locomoção. Eles podem ser divididos em seláquios (tubarões e raia) e
holocéfalos (quimeras).
Possuem brânquias,
mandíbulas, e esqueleto cartilagem calcificado, no qual aparecem vestígios da
notocorda. Não têm, entretanto, bexiga natatória.
(A) Morfologia externa do tubarão. (B) Morfologia interna do cação, um peixe também cartilaginoso. |
Diferentemente das nadadeiras dos ágnatos, as
dos condrictes são desenvolvidas, havendo também as peitorais e pélvicas, dando
maior estabilidade e capacidade de subir e descer na água e aumentando a
velocidade do nado do peixe. A propulsão da natação é dada pelos movimentos da
cauda, que apresenta uma nadadeira mais desenvolvida.
Possuem linha lateral, que tem função de
captar vibrações da corrente d´água, sendo
no entanto menos desenvolvida do que nos ósseos.
As escamas dos condrictes são placoides,
tendo uma parte externa, o esmalte, de origem epidérmica, e uma interna, a
dentina, de origem dérmica.
A boca dos condrictes é ventral, e eles são
carnívoros e temidos pelo homem e outros animais.
Possuem espiráculos, que funcionam como uma
entrada auxiliar de água para a respiração. Normalmente a água entra pela boca
e sai pelas fendas branquiais, mas, quando o tubarão para de nadar ou quando a
raia está no fundo, os espiráculos são fundamentais, pois permitem a entrada de
água. O espiráculo está ausente nos peixes ósseos.
Embora os condrictes não possuam bexiga
natatória, para facilitar a flutuação e natação têm esqueleto cartilaginoso,
que é leve, além de alta concentração, no fígado, de óleo. Este, por ser menos
denso que a água, diminui a densidade do animal.
Apresentam cloaca, uma abertura comum ao
aparelho digestivo, excretor e reprodutor. Por ela saem as fezes e a urina, e
ocorre a fecundação, além da ovopostura.
A fecundação dos condrictes pode ser interna
ou externa. No primeiro caso, o macho apresenta, junto à nadadeira pélvica, o
clásper, que é introduzido na cloaca da fêmea, permitindo a transferência dos
espermatozoides.
Podem ser ovíparos, vivíparos ou
ovovivíparos. O desenvolvimento dos ovíparos é direto, não havendo fase larval.
As quimeras são peixes cartilaginosos
atípicos: apresentam opérculos para proteger as brânquias (como ocorre nos
peixes ósseos), mas não possuem espiráculos nem cloaca. Além disso, o adulto
não possui escamas.
Os peixes cartilaginosos eliminam
principalmente uréia; os ósseos, amônia. Parte da uréia é acumulada no sangue,
contribuindo para a osmorregulação. As narinas não têm comunicação com a
cavidade bucal, apresentando apenas função olfativa. São capazes de detectar
uma gota de sangue em cerca de 100 litros de água.
A seguir, exemplos de peixes cartilaginosos:
Classe
dos osteíctes
Respiração branquial nos osteíctes. |
O esqueleto dos osteíctes é predominantemente
ósseo, e suas brânquias são protegidas pelo opérculo, que aumenta a eficácia
das brânquias. O corpo é coberto por escamas dérmicas, que são recobertas por
uma fina epiderme. Possuem bexiga natatória, além de alta concentração de óleo
no fígado, ambas facilitando a flutuação.
Diferentemente dos condrictes, não têm
cloaca, e sim ânus separado da abertura urogenital. A fecundação pode ser
interna ou externa, embora a maioria seja externa. Podem ser ovíparos ou
ovovivíparos, e seu desenvolvimento pode ser direto ou indireto. Neste último
caso, a larva é chamada alevino.
O cavalo-marinho e o
poraquê são peixes peculiares. O poraquê ou peixe-elétrico é capaz de produzir
descargas elétricas de 500 volts. Nos cavalos-marinhos, é o pai dá a luz aos filhotes.
Cavalo-marinho. |
Poraquê (peixe-elétrico). |
Peixes como sardinha, truta, bacalhau, atum,
enchova, salmão, namorado, vermelho, tainha, manjuba, linguado, robalo, bagre,
pintado, dourado e carpa são comestíveis. A piranha e moréia são predadores
destes peixes.
Ao contrário dos condrictes, que possuem
nadadeiras rígidas, nos ósseos elas são flexíveis, possibilitando manobras mais
rápidas.
A velocidade e o
impulso vêm principalmente dos movimentos laterais da cauda e nadadeira caudal.
As nadadeiras dorsal e anal dão estabilidade, e as peitorais e pélvicas
auxiliam no equilíbrio.
A boca, ao contrário
dos condrictes, não é ventral, e sim anterior.
Em alguns peixes, tais como salmão, arenque e
enguia, a bexiga natatória está ligada ao tubo digestório, permitindo ao gás
escapar e encher a bexiga tomando o ar da superfície. Já em outros peixes, a
bexiga natatória troca os gases com o sangue.
A bexiga natatória surgiu como pulmão
primitivo em peixes de águas estagnadas ou que secavam periodicamente. Ainda há
peixes pertencentes ao grupo dos pulmonados, como por exemplo a piramboia.
Os peixes ósseos podem ser divididos em
actinopterígeos e sarcopterígeos. A maioria dos peixes pertence ao primeiro
grupo, tendo nadadeiras raiadas e um feixe de ossos finos. Já os sarcopterígeos
têm nadadeiras carnosas, suporte ósseo no centro da nadadeira e pulmão
primitivo.
Celacanto. |
Esquema representativo do esqueleto do celacanto, com destaque para as nadadeiras. |
Esquema representativo do esqueleto de um peixe ósseo vivente, com ênfase para a posição das nadadeiras. Todas elas têm apoio em elementos do esqueleto. |
Representação de peixe ósseo. |
Anatomia interna de uma fêmea de actinopterígio. |
Fontes
LINHARES, Sérgio e
GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. São Paulo: Ática, 2010.
PAULINO, Wilson R. Biologia
Atual, Vol. 2: Seres Vivos, Fisiologia. São Paulo: Ática, 1997.
CRUZ, Daniel. Os Seres Vivos. São
Paulo: Ática, 1998.
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