sábado, 4 de maio de 2013

Geração pode estar livre da Aids

CORREIO DO POVO, 5 DE MARÇO DE 2013

Geração pode estar livre da Aids

Diretor de programa da ONU para o combate à doença fez a afirmação após divulgação de primeiro caso de cura em criança.
O Unaids, programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o combate à Aids, comemorou a notícia de que uma criança de 2 anos e 2 meses pode ter sido completamente curada do vírus HIV. A ONU afirma que, se confirmados os resultados, esse será o primeiro caso documentado de uma criança com HIV que parece não ter mais níveis detectáveis do vírus. “Essa notícia nos dá muita esperança de que uma cura para o HIV em crianças é possível e pode ser um passo a mais rumo a uma geração livre da Aids”, disse o diretor executivo da Unaids, Michel Sidibé.
Médicos norte-americanos revelaram domingo que uma menina soropositiva de Mississipi não demonstra sinais de infecção pelo vírus após deixar o tratamento por cerca de um ano. No entanto, mais testes serão necessários para assegurar que a terapia – iniciada 30 horas após o nascimento da menina – funcionaria para outras pessoas. “É uma prova do conceito de que o HIV pode ser potencialmente curável em crianças”, disse a virologista Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins.
Se a menina continuar saudável, esse será o segundo caso documentado de um soropositivo que consegue se livrar do HIV. Em 2007, o norte-americano Timothy Ray Brown teve a infecção erradicada por meio de um tratamento elaborado para leucemia, que envolveu a destruição de seu sistema imunológico e um transplante de medula de um doador com uma mutação genética rara que resistia à ação do vírus. O caso do bebê do Mississipi envolveu um coquetel de drogas disponíveis no mercado, conhecido como terapia antirretroviral. Os resultados sugerem que o tratamento rápido aniquilou o vírus antes de que ele pudesse se depositar em “esconderijos” no organismo. A existência desses reservatórios de células geralmente faz com que pessoas que interrompem o tratamento com o coquetel voltem a ter os níveis anteriores de infecção.
A menina nasceu em um hospital rural. Como a mãe não havia recebido nenhum tratamento pré-natal contra o vírus HIV, os médicos sabiam que o bebê corria um alto risco de estar infectado. O tratamento continuou durante 18 meses, mas nesse momento a criança deixou de frequentar o hospital. Cinco meses depois, a mãe e a filha retornaram, mas haviam parado o tratamento. Os médicos fizeram testes para determinar se o vírus havia voltado e ficaram surpresos ao descobrir que não.

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